Sempre incasável

Renata Spallicci é a representação da mulher que desafia os estereótipos impostos pela sociedade. Vice-presidente executiva da Apsen, uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil, ela chegou ao topo com uma postura firme, coragem para assumir desafios e uma imersão profunda no negócio de sua família. A executiva iniciou sua caminhada na empresa aos 20 anos, enquanto cursava engenharia química. Em vez de um cargo de destaque, ela começou no almoxarifado e, a partir daí, passou por um intenso programa, que a levou a conhecer diversas áreas da companhia, desenvolvendo uma visão holística do negócio. Em 2015, lançou um desafio ambicioso: dobrar o faturamento da Apsen em cinco anos. Embora a meta parecesse ousada, o trabalho consistente trouxe resultados impressionantes, levando a empresa a alcançar a marca de 1 bilhão de reais em faturamento e consolidar sua posição no mercado. Com esse resultado e depois de duas décadas de dedicação, Renata assumiu a vice-presidência executiva da Apsen. Ao lado de seu pai, Renato Spallicci, presidente da companhia, ela lidera a empresa com uma gestão pautada em governança, inovação e responsabilidade social. A força de Renata vai muito além de sua trajetória profissional. Defensora de hábitos saudáveis, ela teve sua vida transformada ao se tornar atleta de fisiculturismo. Com mais de 30 anos à época, decidiu competir em um esporte que exige disciplina e dedicação extrema, desafiando aqueles que consideravam sua rotina de treinamentos intensos incompatível com uma carreira no mundo corporativo. Mas Renata provou o contrário, conquistando títulos e mostrando que essas duas facetas não apenas coexistem, mas também se complementam. “O fisiculturismo me permitiu resgatar um lado artístico e criativo que há anos eu não explorava.” Sua conexão com o Carnaval, outra de suas grandes paixões, surgiu quase por acaso. As roupas de competição, confeccionadas em ateliês especializados em fantasias, despertaram o fascínio por esse universo. Embora aparentemente distantes, ela percebe semelhanças profundas entre o esporte, o Carnaval e o mundo corporativo. “Minha rotina disciplinada, o foco em prazos e o compromisso com resultados vêm diretamente da experiência atlética”, avalia. “Essa mesma disciplina é essencial no Carnaval, em que a preparação para o desfile exige um nível altíssimo de organização e dedicação.” Em 2024, a coroação como rainha de bateria da Águia de Ouro, em São Paulo, marcou um momento de celebração da vida. “Depois de enfrentar desafios pessoais tão intensos, como a superação do câncer, voltar ao Carnaval representa o renascimento de uma nova versão de mim mesma, mais conectada com minhas paixões e com quem realmente sou.” Essa experiência transformadora reforçou em Renata a importância da prevenção e do autocuidado, causas que ela abraçou com ainda mais dedicação. “Passei a usar minhas mídias sociais para conscientizar sobre cuidados com a saúde e, na Apsen, isso se tornou uma prioridade absoluta”, destaca. Sua vivência pessoal inspirou iniciativas que promovem o bem-estar e reforçam a cultura de saúde preventiva dentro e fora da empresa. Além de seu papel executivo à frente da Apsen, Renata Spallicci também brilha como escritora, palestrante e influenciadora digital. Com uma atuação multifacetada, ela compartilha conteúdos sobre branding pessoal, saúde física e mental, cultura corporativa e gestão para um público de mais de 1,7 milhão de seguidores. Autora de livros como Brandformance, utiliza sua voz e influência para inspirar o desenvolvimento pessoal e profissional de milhares de pessoas. Com os olhos voltados para o futuro, Renata não se limita a ser uma liderança feminina de destaque. Seu propósito é continuar rompendo barreiras, seja no setor farmacêutico, seja em sua vida pessoal, sempre incentivando outras mulheres a ocupar os espaços que bem desejarem. “Quando mostramos que é possível ser competente e bem-sucedida sem abrir mão de quem somos, ajudamos a reconfigurar os padrões corporativos e criamos espaço para um futuro mais inclusivo, em que lideranças plurais não sejam a exceção, mas a regra.”