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Os Alpes vistos de camarote
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Os Alpes vistos de camarote
Um hotel de luxo com acesso direto às pistas de esqui, SPA renomado, restaurantes gourmets, pet friendly e com vista privilegiada para as montanhas
Por Cris Berger
O Crans Ambassador é mais uma obra de arte do franco-suíço Michel Reybier, que assina os resorts La Réserve, e executa com maestria a compra e revitalização de hotéis, transformando-os em paraísos gastronômicos, com serviço impecável, absoluto conforto e vários motivos para relaxar no SPA Nescens, que faz parte da marca Michel Reybier Hospitality.
De trem rumo ao topo do mundo
Quando cheguei em Crans Montana, já havia passado por diversas cidades suíças, que me fizeram suspirar com tanta beleza. Inclusive, no dia anterior, eu estava em Stoos, onde vi a neve cair; e dois dias antes, no topo de Rigi. Ainda assim, fui surpreendida pelo paredão gigantesco que se levanta e faz o vilarejo de Crans Montana parecer uma pequena maquete de um conto de fadas.
Igualmente fascinada pela pontualidade e conforto dos trens suíços e pela facilidade proporcionada pelo Swiss Travel Pass, deixei Zurique em direção a Sierre, que é porta de entrada para chegar no topo dos Alpes Suíços. As cinco horas de trajeto passaram sem que eu notasse e o motivo é simples: o cenário visto pela janela é uma atração por si só.
Ao desembarcar, caminhei alguns minutos até o funicular e aqui vale uma dica: suba durante o dia, pois o cenário composto por pequenas casas pitorescas, vinhedos, montanhas e neve (se for no inverno, é claro) faz parte do “menu degustação” de paisagens lindas da Suíça.
Check-in nas cinco estrelas do Crans Ambassador
Minha reserva estava feita no hotel Crans Ambassador, que oferece caminhonetes com motorista para o transporte dos hóspedes. Então, basta marcar com eles um ponto de encontro.
Quando cheguei ao hotel, já era noite, portanto, a “grande surpresa” ficaria para a manhã seguinte. Depois do check-in, fui levada para a suíte “Alpina Prestige Room” com vista para as montanhas, que me pareceu absolutamente fantástica com seus 40 metros quadrados, varanda com mesa e cadeiras, salinha, closet no corredor, banheira e o espelho que corre para o lado e transforma-se em uma janela, conduzindo novamente nosso olhar para as montanhas.
Chequei o horário e vi que ainda restava uma hora para o encerramento do SPA Nescens. Troquei minha roupa de inverno pelo roupão super felpudo, calcei o chinelinho e fui conhecer o hammam de mármore, como nos autênticos banhos turcos. Em seus 1.300 metros quadrados, o espaço conta com duas saunas — uma seca e outra a vapor —, além de uma sala de relaxamento e várias de massagens no andar inferior. A piscina de borda infinita, cercada por espreguiçadeiras enfileiradas e toalhas enroladas, complementa o cenário. Naquela noite, ainda consegui dar um mergulho. Três dias depois, antes do check-out, voltei ao SPA – dessa vez, sob a luz do sol e com o privilégio de admirar as montanhas de dentro d’água.
A imponência dos Alpes
Deixei as cortinas abertas para acordar com a luz da manhã. Antes de o sol despontar forte e poderoso, atrás da montanha, o céu começa a ficar claro. Abri os olhos e fiquei impressionada com a imponência dos Alpes, que nunca estiveram tão presentes e parecem que fazem parte da decoração do quarto.
O Crans Ambassador é um hotel feito com “paredes de vidro”, afinal, seria uma indecência esconder Mont Blanc e Matterhorn. De onde você estiver: restaurantes, deck, quartos ou SPA, verá os picos nevados no inverno e verdes no verão através das janelas que vão do chão ao teto. É lindo, intenso e apaixonante.
Em algum momento do dia, ou melhor, em vários, desfrute da vista do terraço do deck e não se preocupe com o frio: as cadeiras têm pelegos e há uma fogueira no meio. Além do mais, faz sol em boa parte do ano. Tomar uma cerveja artesanal ou um vinho, produzidos na região, é altamente recomendado. No cardápio há opções de petiscos e também de pratos. Isso sem falar que não imagino um lugar melhor para um après-ski.
Universo branco
A estação de esqui de Crans Montana, entre os meses de dezembro e maio, é um playground branco para crianças e adultos. Sua base está a 1.500 metros de altitude acima do nível do mar e o topo a 3.112.
Há 55 pistas de esqui e snowboard, espalhadas pelos seus 140 quilômetros, para diferentes tipos de esportistas: dos iniciantes aos avançados, e 28 ski lifts. Ela também oferece snowpark com obstáculos, trilhas para caminhar com snowshoes, 26 km de cross-country; praticados com equipamento de esqui, passeios de trenó e patinação no gelo.
Para os esquiadores e snowboarders, uma informação importante: um dos teleféricos que levam às pistas está a 150 metros da porta do hotel, tornando-o um verdadeiro ski-in/ski-out.
Quem não tem destreza para deslizar, como eu, mas quer vivenciar a montanha, tem uma ótima opção: as raquetes de neve. Portanto, tive meu momento no universo branco e afirmo: é fascinante. A loja ao lado do hotel aluga todos os tipos de equipamento, inclusive bota e raquete, que, depois de calçá-las, você caminha no gelo sem escorregar e na neve fofa sem medo.
Um carro do hotel me levou até a entrada da trilha de Arnouva, que tem 5,58 quilômetros de distância até Vermala. Basta seguir as placas. Pelo caminho, vi pessoas que moram na montanha caminhando com seus cães, outras praticando jogging, várias descendo com seus esquis ou subindo de ski lift. E concluí: como é linda e agitada a vida nos Alpes. E, sim, as paisagens são de tirar o fôlego e quase irreais de tão bonitas. Meu único arrependimento foi não ter começado o passeio pela manhã, e acabei culpando o maravilhoso café da manhã do Ambassador por isso.
Viagem gastronômica
Sem tirar o olhar da paisagem deslumbrante, faça um passeio também pelos restaurantes do Ambassador. No café da manhã, peça as panquecas, que vêm decoradas com o símbolo do hotel e levam açúcar de confeiteiro no topo. Além de uma mimosa para acompanhar. E, claro, passeie sem pressa pelo buffet recheado de ótimas opções.
Em uma noite, jante no delicado e saboroso “La Muña”, onde ingredientes, técnicas e receitas do Peru e Japão misturam-se em pratos para compartilhar. Então, prove o ceviche de robalo com trufa e um toque de Yuzu, que é uma fruta cítrica do leste chinês, afinal, ele é o prato favorito do chef Yann Kriba.
No outro, reserve uma mesa no “Le Carnotzet” para saborear os famosos queijos suíços comprados da fazenda de Domaine de Revouire, que ganhou em 2024 o prêmio de Segundo Melhor Queijo Raclette do Mundo. O “Le Lounge” fica aberto o dia inteiro e oferece uma cozinha francesa descomplicada e seu prato mais pedido é a Quenelle Pique com molho de bisque de lagostim, uma especialidade francesa de Lyon, feita com ingredientes suíços.
Na carta de vinhos, os destaques vão para os brancos Les Pagodes de Cos D’Estournel 2021 e Petite Arvine Frédéric Zufferey Valais e para os tintos Château Cos D’Estournel 2ème Cru Classé 2013, Brin de Folie Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc Frédéric Zufferey Valais 2021 e Humagne Rouge Christophe Rey à Corin Valais 2022.
A boa notícia é que a Suíça aceita cães vindos do Brasil. Entretanto, eles precisam estar microchipados, vacinados contra a raiva, ter a sorologia dos anticorpos e o CVI (Certificado Veterinário Internacional) emitido. A agência Sonho e Magia Viagens é especializada em transportar cães para o exterior e cuida da documentação dos passageiros de quatro patas.