Experiência memorável

THE PRESIDENT _Segundo o proprietário, e seu esposo, é você quem comanda de fato a cozinha. Como isso se deu?

Maria José Meirelles – Minha mãe teve sete filhos e, como trabalhava fora, não tinha tempo de cozinhar. Aos 9 anos, já fazia alguns pratos. Pensei em me dedicar profissionalmente à gastronomia, mas, na minha época, não havia faculdade, só a de nutrição, que não me inspirava. Acabei indo para a área financeira. Fui executiva do Banco do Brasil por 25 anos, até me aposentar. Quando conheci o Fausto, ele já era dono do Ludwig havia cinco anos. Sempre gostei de cozinha. Ao encontrá-lo, juntamos o útil ao agradável, digamos assim.

De onde vem a inspiração gastronômica?

MJM – Boa parte de viagens pela Europa. Sempre preferimos os roteiros clássicos, incluindo França, Suíça e Espanha. E toda a Itália do Mar Mediterrâneo. Estamos sempre de olho nas tendências gastronômicas, nas novidades. Sendo o caso, fazemos nossas adaptações.

O grupo teve outros restaurantes, não? 

Fausto de Moura Magalhães – Sim, tivemos. Aos poucos, fomos passando adiante, para nos concentrarmos no Ludwig e na empresa de catering, a Gourmet, que temos até hoje.

A Gourmet fazia a gastronomia dos eventos realizados no Market Plaza, não? 

FMM – Sim, cerca de 80% da gastronomia desses eventos coube à Gourmet no período de 2009 à 2017.

Por que resolveu abrir o Ludwig?

FMM – Mudar para Campos do Jordão foi uma opção de vida. Percebi a falta de restaurantes refinados, e foi aí que resolvi abrir meu próprio restaurante. Minha determinação, desde o dia em que abrimos, foi atender o público top.

Por que o nome Ludwig?

FMM – Em homenagem às minhas raízes. Sou de uma família oriunda do Tirol alemão. Resolvi homenagear o Ludwig II, rei da Bavária, que construiu um dos mais belos castelos da Europa, inspirando Walt Disney na criação dos castelos da Cinderela e da Bela Adormecida. No começo, foi difícil. Passavam-se semanas sem entrar um único cliente. Tudo melhorou quando conheci a Zezé, essa mulher maravilhosa.

MJM – Eu sou a última. (risos) Vale lembrar que tivemos uma lanchonete. Era bem moderna, impecável, padrão de São Paulo, mas não rolou. O jordanense é complicado para escolher onde comer. 

Aqui é a extensão da casa de vocês.

FMM – Passamos o dia aqui. Só não tem dormitório, mas já teve.

A casa onde o Ludwig foi instalado é muito bonita. Quem a construiu?

MJM – Pelo casal Eduardo e Emília Trevões, na década de 1960.

Como foi a montagem do restaurante? 

FMM – Fomos adaptando, mas procurando manter a essência. Um dos salões era um jardim. O lago era uma piscina. Não teria mais sentido em um restaurante. Virou lago. No mais, aproveitei tudo que a senhora portuguesa fez. Ela era muito caprichosa. Fiz questão absoluta de preservar quase tudo.

Quanto tempo demorou para decorar?

FMM – A decoração está sempre mudando, desde a primeira peça que entrou aqui. Acho que foram meus quadros. São de pintores catalogados. Gosto de procurar móveis e objetos de decoração em antiquários.