As versões híbridas do Cayenne ganharam em desempenho, autonomia 100% elétrica e tempo de carregamento
Por Marcio Ishikawa
A terceira geração do Porsche Cayenne recebeu a tradicional reestilização de meia vida em 2023 – no Brasil, foram lançadas apenas as versões com motor a combustão. Agora, já no final do primeiro semestre de 2024, foi a vez de as híbridas desembarcarem: a E-Hybrid e a S E-Hybrid, com motor a combustão V6 (470 e 519 cv de potência combinada, respectivamente), e a Turbo E-Hybrid, com motor V8 (potência combinada de 739 cv). As três com variantes SUV e Coupé.
THE PRESIDENT foi conhecer a novidade a bordo da versão mais potente, em um test drive entre as cidades de São Paulo e Itu, localizada a cerca de 100 km da capital, em um trajeto de ida e volta. O Cayenne Turbo E-Hybrid acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 s e tem velocidade máxima de 295 km/h, segundo dados de fábrica. Claro que, rodando em vias públicas, tais marcas passaram muito longe de nossa avaliação.
Mas, pisando fundo no acelerador por breves momentos, deu para sentir um pouco do som inebriante do V8 e o poder da cavalaria, com o corpo colado no banco e o fluxo sanguíneo da cabeça se deslocando levemente para trás. A eficiência da suspensão adaptativa se destaca. Mesmo em mudanças rápidas de direção ou curvas mais fechadas, a carroceria praticamente não rola, ajudando o carro a se manter na trajetória desejada. Nas frenagens, o Cayenne se mantém estável, sem que a frente mergulhe. A direção direta e o volante de raio reduzido tornam a condução ainda mais divertida.
O Cayenne também sabe se comportar de forma dócil, com as câmeras e os sensores ajudando a navegar bem pelo inequívoco trânsito paulistano de uma manhã de quarta-feira. Nos trechos em que o outro jornalista estava ao volante, pude prestar atenção no amplo espaço interno e no acabamento impecável, além de interagir com a terceira tela digital no painel, voltada para o passageiro (um item opcional). Ela dá acesso ao sistema de entretenimento com alto-falantes Bose, navegação e conectividade, que inclui Android Auto e Apple Carplay.
Não há diferenças significativas em relação às versões equipadas com o motor a combustão que chegaram em 2023. A não ser, claro, o sistema híbrido com um novo motor mais potente e com maior capacidade de recuperação de energia nas frenagens, bateria de maior capacidade (25,9 kWh) e novo onboard charger, que reduziu o tempo de carregamento total para duas horas e 15 minutos.
São cinco modos de condução, selecionados por um botão giratório no volante: offroad, sport, sport plus (ambas privilegiam o V8 e o motor elétrico ajuda nas acelerações), e-power (100% elétrico) e hybrid. Essa última tem as opções auto, e-hold (mantém a carga da bateria) e e-charge (carrega a bateria até 80%). Já o modo 100% elétrico tem autonomia de até 55 km (nas demais versões são 52 e 56 km) e atinge até 135 km/h. Perfeito para rodar na cidade, permitindo que a maioria dos proprietários rode no dia a dia sem queimar combustível – nem deixar a diversão de lado.
A tudo que foi mencionado, acrescentem-se a boa capacidade para bagagem e recursos de segurança e comodidade de última geração. Aí chegamos à equação do sucesso do modelo, que desde seu lançamento, em 2002, já vendeu mais de 1,25 milhão de unidades. Peter Vogel, CEO da Porsche Brasil, resume: “O segredo do Cayenne sempre foi sua experiência de condução, a experiência de um Porsche, com a possibilidade de compartilhar isso com toda a família. O novo Cayenne, que lançamos no ano passado, é um exemplo. Agora demos o próximo passo, com os novos modelos híbridos”.