Por Mario Ciccone Retratos: Anna Carolina Negri
Diretoria da Resorts Brasil faz balanço e projeta o futuro do setor
O turismo brasileiro está subindo a montanha. Depois de tempos tenebrosos, com o fechamento geral por causa da pandemia, o setor registra uma alta significativa. De acordo com dados da Fecomércio, o turismo nacional cresceu 7,8% em 2023, com o faturamento de 189,4 bilhões de reais.
Nesse contexto, o setor de resorts tem um papel relevante, em especial a associação Resorts Brasil. A atual diretoria da entidade está no segundo mandato e tem missões muito específicas para atender associados, colaboradores e turistas.
Marcelo Picka Van Roey, presidente do conselho da Resorts Brasil, faz uma avaliação de seus mandatos: “O propósito da associação é fortalecer o segmento de resorts no país. Trabalhamos para consolidar os três pilares que sustentam a estratégia de atuação da Resorts Brasil: Representar e Engajar, Sensibilizar o Olhar e Refletir para Transformar”.
A Resorts Brasil foi umas das associações articuladoras da coalizão do Turismo (G20+), assim como do Movimento Vamos com Eventos e Turismo. Essas ações foram consideradas fundamentais para a sobrevivência do setor de turismo e eventos, com o Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos. “Sem dúvida, essa conquista coletiva é um dos grandes resultados do biênio não apenas pela recuperação provocada por ela, mas também pelas possibilidades que percebemos a partir de uma atuação conjunta e coordenada”, afirma Marcelo Picka, que lidera a associação, hoje com 70 resorts brasileiros.
Na avaliação de outra figura importante da entidade, Ana Biselli Aidar, a presidente executiva, o custo Brasil é dos principais obstáculos ao crescimento dos associados e do próprio segmento. “Acreditamos na parceria entre a academia e as empresas”, diz Ana Aidar. “Os cursos de turismo e hotelaria tiveram uma grande influência das escolas técnicas e tecnológicas ou das instituições com foco em planejamento turístico.”
Ana Biselli destaca a oportunidade para aprofundar o debate das práticas de gestão dentro das escolas de negócios. “Podemos formar, assim, novos perfis de profissionais para atuar em nosso setor, oferecendo um vasto campo de investigação a ser explorado pelos pesquisadores”, completa.
Um olhar para o futuro
Outros dois projetos são considerados estratégicos na Resorts Brasil: investir em ESG e em inovação. Uma das ações mais bem-sucedidas nesse último sentido tem sido o Turistech Hub. “É um centro dedicado à inovação em turismo que conecta players do setor e da tecnologia, com o intuito de tornar o turismo brasileiro mais competitivo e sustentável”, explica Carlos Jacobina, vice-presidente administrativo-financeiro da Resorts Brasil.
O Turistech Hub, desde o primeiro ano de operação, conta com a participação de atores relevantes de toda a cadeia produtiva do turismo, dos poderes públicos municipal e federal e da iniciativa privada, contando com representantes dos segmentos de lazer, eventos e corporativo. Os fundadores dessa iniciativa são Befly, Embratur, Secretaria de Turismo – Cidade de São Paulo, Adit Brasil, Alagev, Braztoa e Resorts Brasil. A gestão é conduzida pela Numerik.
Integração
Para Thiago Borges, vice-presidente de relações institucionais da Resorts Brasil, o mais importante nesse momento é evitar a dispersão, com cada setor do turismo defendendo as próprias pautas sem ouvir as demais reivindicações. “Após vivenciar a experiência de colaborar e endereçar as demandas de maneira coletiva, parece natural seguirmos nessa direção”, diz. “Estamos trabalhando em uma proposta que busque integrar as forças desse setor, ultrafragmentado e pulverizado, de tal forma a convergir para a mesma direção.”
Novos negócios
Rodrigo Vaz, vice-presidente comercial da Resorts Brasil, por sua vez, trabalha para fomentar a geração de receita para os associados por meio da estratégia de vendas, marketing e distribuição. Segundo ele, a atuação está organizada em três segmentos essenciais: Lazer, que abrange tanto o mercado B2B quanto o B2C, MICE, dedicado a eventos corporativos e de incentivo, e Mercado Internacional, com a ampliação da divulgação do destino Brasil por meio do segmento de resorts. “O período pós-pandemia apresentou um cenário de recuperação, apesar de desafiador, positivo para o segmento. Muitos brasileiros descobriram o Brasil e descobriram os resorts”, resume.
Reunião do conselho da entidade: ESG e inovação são as prioridades para os associados
Desenvolvimento e sustentabilidade
A recente criação da pasta de operações representa um marco significativo não apenas para a Resorts Brasil, mas também para o segmento de resorts como um todo no país. A iniciativa reflete o compromisso da associação em promover a excelência operacional e o desenvolvimento sustentável do setor, ao oferecer soluções que aprimorem as práticas de gestão de pessoas, gestão da experiência do cliente e gestão da cadeia de suprimentos.
De acordo com Felipe Castro, vice-presidente de operações da Resorts Brasil, as perspectivas de crescimento dessa pasta dentro da associação são extremamente positivas. “Acreditamos que a sustentabilidade do segmento, especialmente no médio e longo prazo, depende fortemente da consistência e da qualidade da experiência entregue ao cliente e da gestão das operações, com foco na cadeia de suprimentos”, avalia. “Estamos nos estruturando para oferecer muitas oportunidades aos nossos associados para aprimorar sua gestão e, assim, alcançar cada vez mais e melhores resultados.”