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Celebração da aviação

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Celebração da aviação geral

Com recorde de público, a Labace 2023 apresenta lançamentos, novas tecnologias e as tendências que estarão no ar nos próximos anos

Por Marcio Ishikawa     Fotos Samuel Chavier

O Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, foi mais uma vez palco da Labace (Latin American Business Aviation Conference and Exhibition), que desde 2003 se consolidou como o maior evento da aviação de negócios da América Latina. A edição de 2023, com mais de 120 expositores e 43 aeronaves expostas, bateu o recorde de público, com mais de 17,3 mil visitantes, 26% a mais que na edição do ano passado. 

“A aviação de negócios vai muito bem em todo o mundo e abre perspectivas não só para a compra e venda de aeronaves, mas para todas as áreas relacionadas”, disse Flávio Pires, CEO da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), organizadora do evento. Segundo dados da entidade, entre junho de 2022 e junho de 2023, tanto a frota de jatos como a de helicópteros a turbina cresceram 7% – enquanto as aeronaves turboélice, refletindo o bom momento do agronegócio no Brasil, aumentaram 12,7%.

O maior estande da mostra coube à TAM Aviação Executiva, que expôs nove aeronaves: os turboélices Grand Caravan EX, King Air 260 e 360, da Beechcraf, os jatos Citation M2 Gen2, CJ3+ e Latitude, da Cessna, e os helicópteros 429 e 505 Jet Ranger, da Bell. A empresa ainda aproveitou o evento para anunciar sua certificação como um novo centro de serviços autorizado dos motores da Pratt & Whitney.

A Líder Aviação promoveu uma ilustre estreia em território nacional, mostrando o HondaJet Elite II pela primeira vez por aqui. Esse jato superleve foi lançado no final do ano passado nos Estados Unidos. Dentre várias tecnologias, chama a atenção o Autoland – Pouso de Emergência Autônomo. Com ele, caso o piloto fique incapacitado, a aeronave ruma para o aeroporto mais próximo e pousa sem a necessidade de intervenção humana. 

Enquanto a Embraer mostrou o Phenom 100 e o Praetor 600 (veja detalhes mais adiante neste caderno), a Dassault esteve presente com o Falcon 8X, um jato ultra long range
capaz de fazer São Paulo-Moscou sem escalas (e praticamente qualquer destino da África, América ou Europa), e com o 2000LXS, de longo alcance (mais de 7.400 km). 

A fabricante italiana Leonardo exibiu o já consagrado helicóptero AW169, um intermediário bimotor de dez lugares, e promoveu a estreia no Brasil do monomotor de última geração AW09, que oferece de cinco a oito lugares. Por sua vez, a Airbus/Helibrás exibiu os modelos ACH 125, 130 e 145 – esse último se destaca pela cabine extremamente flexível, com oito disposições possíveis, levando até nove passageiros. 

Espalhadas pelos estandes, podia-se visitar ainda aeronaves Gulfstream, Pilatus, Cirrus e Tecnam, dentre outras. Mas havia também importantes novidades, além das máquinas. Como o novo conceito de compartilhamento de aeronaves da Solojet. Nela, o cotista não adquire apenas uma parte da aeronave, mas também de uma estrutura que inclui manutenção, revitalização de interiores, gerenciamento e equipe de compra e venda de aviões.

Já a Azul Conecta mostrou o motor híbrido da Ampaire, sua grande aposta para reduzir a pegada de carbono de suas operações. Seis Cessna Grand Caravan devem ser atualizados com o novo motor – que oferece redução de até 70% no consumo de combustível, mantendo o alcance e a capacidade. 

A VOAR Aviation mostrou sua gama de serviços e planos para o futuro com os eVTOLs (veja mais neste caderno). Por sua vez, a Honeywell mostrou, dentre outras novas tecnologias, o IntuVue RDR-7000, um radar meteorológico com informações mais assertivas para uma tomada de decisão rápida e segura em condições climáticas adversas de voo.