Nesta coluna, Fernanda Ralston, precursora do movimento pós-luxo e criadora da plataforma de filmes de arte I Am Creation, redefine o conceito de exclusividade
Por Fernanda Ralston
Há mais de 12 anos venho afirmando que o luxo contemporâneo não se define mais apenas por ostentação, mas pela capacidade de proporcionar experiências que tocam a alma e despertam os sentidos. No cenário global, uma nova geração de hotéis ressignifica o conceito de hospitalidade, entregando não apenas conforto e serviço impecáveis, mas também narrativas imersivas que conectam viajantes a histórias, paisagens e sensações únicas. O verdadeiro privilégio, hoje, está na vivência de momentos que transcendem a mera estadia e se tornam memórias inesquecíveis.
Dentro deste universo de exclusividade sensorial, selecionei três hotéis que amo e que representam essa nova jornada de sofisticação e propósito. Cada um, à sua maneira, traduz a fusão entre design, experiência e autenticidade, revelando-se destinos em si mesmos.
1. Monastero Arx Vivendi, Lago de Garda, Itália
O Monastero Arx Vivendi, situado na região do Lago de Garda, na Itália, é um convite ao recolhimento e à contemplação. Instalado em um antigo mosteiro do século XVII, sua arquitetura monástica foi cuidadosamente restaurada para preservar o silêncio e a espiritualidade do espaço. Aqui, luxo é sinônimo de introspecção, onde o bem-estar se manifesta em rituais de spa inspirados na natureza e no tempo desacelerado. A combinação entre história e modernidade se reflete em cada detalhe, desde os claustros revitalizados até os jardins minimalistas, que evocam uma sensação de paz absoluta. A experiência é enriquecida por menus gastronômicos que priorizam ingredientes sazonais e orgânicos, reforçando a conexão com o terroir italiano.
2. Public Hotel, Nova Iorque
Em Nova York, o Public Hotel, concebido pelo visionário Ian Schrager, redefine o conceito de hospitalidade urbana. Com um design que equilibra sofisticação e simplicidade, este hotel traduz a efervescência da cidade com uma abordagem descomplicada, porém absolutamente refinada. Seus espaços multifuncionais, como o rooftop de vistas deslumbrantes e os bares que reúnem a nata criativa nova-iorquina, fazem do Public uma experiência pulsante e inovadora. O conceito “luxo acessível” se reflete no serviço eficiente e intuitivo, que elimina excessos sem comprometer a exclusividade. Além disso, sua programação cultural, que inclui pocket shows, exposições e eventos, transforma a estadia em uma imersão na cena artística contemporânea da cidade.
3. Perseus
Já o Perseus, um projeto de hospitalidade ultraprivativa, propõe uma nova fronteira do luxo: refúgios que combinam exclusividade absoluta e curadoria impecável. Com propriedades situadas em destinos como Saint-Tropez e Mykonos, a experiência é moldada sob medida para cada hóspede, desde a gastronomia assinada por chefs renomados até atividades que exploram a essência cultural e natural de cada região. Mais do que uma hospedagem, é um conceito que transforma viagens em jornadas sensoriais únicas. Cada propriedade do Perseus é um santuário privativo, onde o design de interiores alia sofisticação e conforto extremo. Os serviços personalizados vão além do convencional, com roteiros criados por especialistas locais, garantindo uma imersão profunda e autêntica em cada destino.
Cada um desses lugares reforça a ideia de que, no cenário atual do luxo, a verdadeira sofisticação está na capacidade de criar conexões genuínas com o ambiente, a cultura e, principalmente, consigo mesmo. Porque viajar, no fim das contas, é um exercício de descoberta – e o maior luxo que podemos ter é viver experiências que nos transformam.
Que tal colocar essas três pérolas em sua próxima “wish list” de viagens?
Bon voyage e até a próxima!